Nenhum movimento curricular no Brasil teve força para mudar a prática dos professores em matemática.

Resumo

Maria Amabile Mansutti sempre se interessou pela matemática na escola, desde as séries iniciais. Ela não gosta muito de falar sobre isso. Mas fatos são fatos e uma informação como essa não poderia deixar de ser dada na abertura de uma entrevista com uma professora que dedicou toda a sua vida profissional a discutir como se ensina e se aprende essa disciplina. Mesmo sem ter licenciatura na área (ela é formada em Pedagogia pela Universidade de São Paulo), conversa com os especialistas sobre números, operações, geometria, estatística e ainda acrescenta conhecimentos sobre como as crianças aprendem esses conteúdos e a melhor maneira de ensinálos – dois temas, aliás, em que nenhum bacharel e poucos licenciados se arriscam.

Atual diretora de Tecnologias Educacionais do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Amabile tem especialização em Didática da Matemática pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Fez carreira na rede municipal da capital paulista como professora, técnica em educação e gestora. Como formadora de professores, atuou em diversas redes municipais e estaduais e em escolas particulares. Integrou a equipe que elaborou os PCN de matemática para o Ensino Fundamental e implantou o Programa Parâmetros em Ação em mais de 3 mil municípios. Foi diretora do Departamento de Política da Educação Fundamental da Secretaria da Educação Fundamental do Ministério da Educação (MEC). De 2006 a 2011 foi consultora de programas voltados à Educação de Jovens e Adultos (EJA), desenvolvidos pela Organização Alfasol junto ao Ministério de Educação de São Tomé e Príncipe.